domingo, 2 de abril de 2017

Gramado... o futuro chegou!

Como grandes empreendimentos, novos perfis de negócios, novas tecnologias e crise econômica mudaram a cara da Cidade 




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Gramado, na serra Gaúcha, não para de ganhar prêmios, menções e honrarias, mas é preciso ter cuidado!



Gramado não para de receber prêmios, menções e honrarias. Tido como um dos destinos turísticos mais importantes do Brasil, o número de visitantes não para de crescer. A cidade é organizada, limpa, segura. Há um numero enorme de museus, de parques, atrações de todos os tipos. Você pode se deliciar com chocolates, vinhos, fondues, massas e até fast-food de grandes franquias. O clima ajuda, as pessoas ajudam, tudo joga a favor.
Mas há alguma coisa errada. Há um certo temor por parte da população e parte do empresariado local. O progresso está chegando com muita força, voraz como sempre, e cobra seu preço. Até pouco tempo, os negócios em Gramado eram, em sua enorme maioria, tocados por núcleos familiares, quase sem concorrência, sem precisar inovar, cuidando apenas do que era básico, ou seja, servir e atender com enorme boa vontade o cliente fiel e costumeiro, que já era um habitue do seu estabelecimento.
Mas os tempos mudaram. A fama de Gramado chamou a atenção de investidores, de grandes redes. A tecnologia criou um novo perfil de consumidor. Exigente, rápido e com o poder de avaliar ao alcance de um clique no celular. Novas modalidades de negócios surgiram: aluguéis por temporada, aplicativos de reservas e aluguéis de veículos, entre outros. E novas portas se abriram. Para o bem ou para o mal, o jogo virou.



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O uso das tecnologias, criaram um consumidor muito mais exigente e com poder de decisão muito maior

Estamos vendo Gramado ser tomado por mega empreendimentos imobiliários, hotéis com centenas de apartamentos, grandes lojas de departamentos, franquias de todos os tipos. Gramado perde áreas verdes, casas antigas e o charme europeu das pequenas vilas. O turismo  muda de cara. O dinheiro some, muda de mãos e se dilui em um número cada vez maior de negócios. Os tradicionais empresários de Gramado sofrem com a mudança. A concorrência é furiosa, por vez desleal. Enfim, o futuro chegou. Se é triste por um lado, por outro,  o consumidor final ganhou opções, ganhou mais poder de barganha, ficou mais poderoso. Os preços caíram. Os negócios tradicionais, principalmente de hotelaria e gastronomia sentiram o impacto. E para tornar tudo mais difícil, uma crise econômica no caminho. Então, ficar parado, esperando o cliente chegar ou retornar, é suicídio. Adaptar é o objetivo. É preciso se movimentar.
Novos serviços, novas ferramentas de marketing e a busca incansável pela excelência, tem feito a diferença e quem acaba sempre ganhando é o consumidor final.Mas é preciso ter cuidado. Muitos lugares do mundo deixaram sua essência de lado em nome do progresso e a coisa desandou. Exemplos disso há aos montes, não cabe uma lista. É preciso frear a especulação, é preciso proteger o meio ambiente, é preciso que todos estejam nesta festa, de forma igualitária, e principalmente, sustentável. Dá tempo de corrigir o que está errado. O que não se pode fazer, é frear o progresso, sob pena de se perder o trem da história.
Gramado ainda tem muito o que crescer, mas deve fazê-lo de forma responsável, abraçando a todos e não apenas uma pequena e voraz parcela de empreendedores.